A vaquinha chamada de crowdfunding ultrapassa meta de R$ 150 mil. Velejador parte da Cidade do Cabo, em março, e segue até Ilhabela em mais de 30 dias ininterruptos de aventura

Beto em mais uma de suas aventuras a vela
São Paulo (SP) – Beto Pandiani foi um das primeiras figuras ligadas ao esporte brasileiro a conseguir atingir a meta de um financiamento coletivo pela internet. Prestes a mais uma aventura, agora pelo Atlântico Sul, o velejador aderiu ao chamado crowdfunding, uma espécie de vaquinha para o projeto. A iniciativa deu certo e a meta de R$ 150 mil foi ultrapassada e bateu em R$ 166.568,24. O valor é considerado um dos maiores nesse tipo de ação no Brasil. Betão usou seus contatos e seguidores nas redes sociais para aumentar a adesão e conseguir a verba necessária para cobrir despesas com equipamentos, que incluem GPS, telefones via satélite, dessalinizadores de água, alimentos liofilizados e outros mais.
“Os investidores são mais do que apoiadores. São embaixadores do projeto. A confiança e a credibilidade foram fundamentais nesse novo estilo de financiamento de projeto. Quem entrou sabe quais são as metas e que terão algo em troca. As redes sociais foram importantes para a viagem. Postei fotos e relatos das viagens antigas para estimular os parceiros, que terão os nomes escritos no casco do catamarã de oito metros e sem cabine pelo Atlântico Sul”, conta.
Ainda sobre o financiamento coletivo, Beto Pandiani emenda: “As 337 pessoas que ajudaram a encher o pote de recursos para a viagem certamente vão compartilhar tudo o que ocorre durante os 30 dias de aventura. Vão multiplicar a história nas redes sociais, aumentando ainda mais o alcance da travessia. Quem financia alguma coisa sempre sabe que o investimento valeu a pena por relatos de outras pessoas e a internet é uma ferramenta de propagação”.
O velejador, ao lado do parceiro Igor Bely, vai cruzar o oceano a bordo de um catamarã sem cabine, sem motor e zero de conforto durante 30 dias ininterruptos. O barco, batizado de Picolé, tem 24 pés e é feito todo em carbono para suportar as condições adversas. O veleiro de dois cascos já está na Cidade do Cabo após passar por seguidos testes no estaleiro alemão Eaglecat. “É um modelo adaptado às nossas experiências de viagem. Não existe outro igual no mundo. Normalmente barcos deste tamanho são usados para competição ou laser em águas abrigadas. Mas a história será diferente, por isso tiramos tudo que não funcionou ou quebrou e adaptamos para a nova realidade”, explica Beto Pandiani.
A largada para a aventura da Cidade do Cabo, na África do Sul, até Ilhabela, no Brasil, está marcada para 10 de março. Em linha reta são 3.600 milhas náuticas, mas a viagem se tornará ainda mais longa, já que Betão e seu parceiro Igor Bely precisarão aumentar em 40% o caminho fazendo uma parábola, o que vai dar ao todo 5.000 milhas náuticas.
“A aventura será bem complicada. Eu e meu parceiro Igor Bely passaremos por regiões de ventos fortíssimos, principalmente no Cabo da Boa Esperança, conhecido também como das Tormentas. A média de ventos da expedição será de 25 nós. Além disso a água é muito fria, com muitos tubarões. Esta será a nossa maior permanência a bordo, já que o recorde era de 18 dias direto na Travessia do Pacífico, no final de 2007”, recorda Beto Pandiani.
Para amenizar as condições adversas de frio e vento, Betão e Igor vão velejar ao norte nos primeiros seis dias. A rota é paralela à costa da África do Sul e da Namíbia. Passaremos na Costa dos Esqueletos que é a porção de terras desérticas desta costa tão inóspita no sul do continente africano. “Não existe um lugar na África tão mórbido e ao mesmo tempo belo como este”, finaliza.
A Travessia do Atlântico tem o patrocínio de Semp Toshiba, apoios de Mitsubishi, Red Bull e Certisign. Os colaboradores são Reebok, BL3, Sta Constância, Azula, North Sails e Track and Field.
Da ZDL
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