Direto do front! New Zealand vence, abre 4 a 0 e Oracle usa carta de adiamento para ganhar tempo.

Adivinha quem chegou na frente hoje em São Francisco?
Boa noite querido amigo e queridíssima, charmosíssima, interessantíssima amiga, hoje foi dia de retomar os trabalhos na friaca franciscana do verão no norte da Califórnia na Copa América. E a chapa esquentou por lá! Esquentou para os lados do vale do silício, por hora quase um vale do silêncio, já que seu cultuado oráculo bilionário, viu novamente uma liderança razoável se esvair no primeiro contravento do desafio mais antigo de nossa contemporaneidade esportiva.
Pois na 34ª disputa da copa da escuna América, que desde 1851 povoa corações e mentes de todos os velejadores do planeta mundo, os caras da Nova Zelândia, ou Aotearoa, em maori, como gostam de chamar os puristas de lá, estão arrebentando. Os legendários kiwis alados, com suas meias da sorte vermelhas como a paixão que tem por velas e ventos, estão mostrando com quantos fólios se faz uma canoa.
Hoje, depois de montar atrás dos americanos as duas primeiras boias, na única regata corrida no dia, o TNZ passou passando, novamente no contravento, o Oracle de tal forma que a cabecinha australiana do meu temporário vizinho em Valência, Jaime Cospemontanha (Ou James Spithill para os íntimos), quase fundiu. Tanto que ele liderou o seu time na proposição de usarem o único recurso disponível para curar o enjôo de ver o New Zealand tão forte, a novidade da “carta de adiamento”. O Dramin dos desvalidos ianques.
É que nesta copa, cada time, defensor ou desafiante, tem o direito de adiar (por uma vez apenas) a segunda regata de um dia para a próxima data programada (no caso, quinta-feira). O diretor da competição Iain Murray se espantou porque, em suas palavras, “isso foi pensado para dar uma chance a quem tivesse um dano estrutural grave ou coisa parecida. Mas aceitamos a decisão do Oracle USA, pois o critério de usar ou não a sua única carta de adiamento é da própria equipe”. Sentiu o tamanho do buraco que o patrão Larry Ellison e seus funcionários se meteram?
Spithill foi sincero. “Eles têm uma vantagem no contravento que precisamos estudar. Temos que trabalhar duro hoje e amanhã para corrigir nossos erros e nos reordenar. Não vou mentir. Eles têm uma vantagem sobre nós”, disse. Enquanto isso, os especuladores imobiliários das margens do golfo de Hauraki, em Auckland, já aumentaram os preços dos terrenos. E Dean Barker e seus asseclas comemoram um 4 a 0 (lembrando que o Oracle venceu uma, mas não levou porque foi punido em 2 pontos) que os deixa a 5 vitórias, entre 17 possíveis matchs, da glória máxima para um desportista neozelandês: levar a Copa América de volta para o arquipélago. Quem viver verá! Façam suas apostas!!
Race 5 Performance Data
- Course: 5 Legs/10.27 nautical miles
- Elapsed Time: ETNZ – 22:45, OTUSA – 23:50
- Delta: ETNZ +1:05
- Total distance sailed: ETNZ – 11.4 NM, OTUSA – 11.5 NM
- Average Speed: ETNZ – 30.21 knots, OTUSA – 29.17 knots
- Top Speed: ETNZ – 46.94 knots, OTUSA – 44.93 knots
- Windspeed: Average – 20 knots, Peak – 24.1 knots
Fui!!!
Murillo Novaes