Torben Grael é fita-azul da regata Santos Rio
Competição foi marcada por ventos fortes e quebras
Rio de Janeiro – Uma das mais tradicionais regatas do calendário oceânico brasileiro, a Santos-Rio foi disputada neste final de semana por 28 equipes. Como já é tradicional, o vento estava forte desde a largada no Iate Clube de Santos, chegando a 30 nós (54 km/h) durante a noite, o que causou quebras e algumas desistências. Depois de 30 horas de regata, o S40 Magia V, de Torben Grael, foi o primeiro barco a cruzar a linha de chegada, garantindo o prêmio fita-azul. Quarenta minutos depois foi a vez do Sorsa, de Maurício Santa Cruz fazer o mesmo. Até a meia noite do sábado também cruzaram a linha Lexus/Chroma, Zing, Rudá e Ângela IV. No final o título com o tempo corrigido ficou com Rudá na IRC e ORC e My Boy na RGS.
Esta foi a sexta vez que Torben cruzou a linha em primeiro. Mas se engana quem pensa que a regata foi fácil. O vento forte vindo de proa favorece a equipe do Sorsa, um 52 pés, que assumiu a liderança já na ilha da Moela, no Guarujá, para só perder nas imediações da restinga da Marambaia. Durante a noite o vento foi ficando mais fraco, até girar e entrar de popa, situação em que o barco de Torben anda mais.
“O Magia é menor que alguns barcos que estavam na raia, portanto mais lento em algumas situações. O Sorsa velejou muito bem a primeira parte da regata e abriu bastante, mas quando o vento enfraqueceu e virou de popa, que é o melhor para este barco por causa do balão grande, conseguimos aproveitar bem a condição e recuperar”, disse o comandante.
Apesar do mar picado, que deixou muito tripulante molhado, a regata começou com sol, que foi sumindo no meio das nuvens no final do dia. No cair da noite, as equipes foram presenteadas com uma lua alaranjada, que nasceu no mar. O domingo foi de sol, mas uma névoa no continente diminuía a visibilidade dos velejadores. Na chegada ao Rio de Janeiro o tempo estava cinza e chuvoso.
“No final de tarde nós tínhamos alguns barcos no visual, mas quando a noite chegou, não vimos mais ninguém até a chegada no Iate Clube do Rio de Janeiro. Só ficamos sabendo da vitória do Torben quando chegamos no Pão de Açúcar. A hora que o vento entrou de popa eles velejaram bem mais rápidos que nós e acabaram nos passando”, disse Maurício Santa Cruz. O Sorsa teve um problema com a bateria do barco e ficou sem instrumentos durante toda a regata. Com isso a equipe teve dificuldade de fazer a navegação e a comunicação com a organização da prova.
Quem também comemorou muito foi o pessoal do Rudá. A equipe santista se inscreveu na regata a pedido de Lars Grael sem muitas pretensões. No final, a tática deu certo e a equipe e vai levar para casa dois troféus: da classe ORC e da classe IRC.
“A regata foi muito difícil no começo, com muita onda e o barco pulando muito. Cinco dos nove tripulantes acabaram passando mal e tivemos que nos adaptar. Nós acabamos optando por velejar mais perto de Ilhabela enquanto os outros barcos foram mais para fora. Quando deu 1h da manhã vimos o Torben passando pela nossa popa com todos os tripulantes na borda e nós só com dois e aí concluímos que estávamos bem na regata. Demos sorte!”, comemorou o comandante Mario Martinez.
A festa de premiação será realizada na próxima quinta-feira no Iate Clube do Rio de Janeiro. Na sexta-feira terá início o Circuito Rio, com três dias de regatas curtas e longas, dentro e fora da baía de Guanabara.
Resultado final no tempo corrigido:
ORC:
1. Rudá
2. Lady Milla
3. Ângela IV
4. Dourado
5. Magia V
6. Sorsa
7. Chroma
8. Bijupirá
9. Miragem
10. Santa Fé
11. Maestrale
12. Navy Blue
13. Saravah
IRC:
1. Rudá
2. Magia V
3. Ângela IV
4. Santa Fé
5. Ventaneiro 3
RGS:
1. My Boy
2. BL3
3. Cayru III
faltou o Cairu III em 3o na RGS.
Corrigido, Rodrigo!! Valeu!! BV, Murillo