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Ilhabela Sailing Week: Carioca é fita-azul da Alcatrazes por Boreste na classe S40

Tripulação do Rio de Janeiro com reforços argentino e uruguaio concluiu a Regata Alcatrazes por Boreste, a mais longa da competição, à frente do Pajero Mitsubishi

O Carioca foi o fita-azul de Alcatrazes

O Carioca foi o fita-azul de Alcatrazes

Ilhabela (SP) – Na Regata Alcatrazes por Boreste, os barcos da classe S40 confirmaram a condição de mais velozes da Ilhabela Sailing Week, sendo os primeiros a cruzar a linha de chegada. A tripulação do Carioca, com André Mirsky no leme, demonstrou mais eficiência para superar as dificuldades proporcionadas pela calmaria que tomou conta do Canal de São Sebastião no domingo (20) de abertura da principal competição de oceano da América Latina.

O veleiro do Iate Clube do Rio de Janeiro cumpriu as 46 milhas náuticas (85 km) em 7h15m05, com apenas 3m32 de vantagem sobre o segundo colocado, Pajero Mitsubushi, do timoneiro André Fonseca, o Bochecha, e 53m13 à frente do Crioula, do tático Samuel Albrecht, o Samuca, campeão da S40 em 2013. Consciente das dificuldades impostas pelos ventos fracos, a Comissão de Regatas optou por encurtar o percurso, tradicionalmente com 60 milhas (110 km), antecipando a linha de chegada para a Ponta da Sela (extremo sul de Ilhabela).

Após uma largada complicada, o Carioca utilizou as previsões meteorológicas que estavam ‘na manga’ para recuperar o tempo perdido. “O começo foi determinante. Tínhamos a informação de que o lado do continente estaria com melhores condições. Mesmo com direito de passagem, houve uma colisão com barcos de outras classes logo na largada e ficamos em último”, relatou Mirsky antes de falar sobre a estratégia adotada.

“A flotilha optou por seguir um rumo próximo à Ilhabela enquanto nós fomos para o lado oposto, rente a São Sebastião. Foi por isso que conseguimos alcançar os adversários e depois abrir. Na chegada perdemos o vento por alguns instantes e permitimos a aproximação do segundo colocado, mesmo assim, nossa tática foi 100%”, comentou o timoneiro do Carioca, elogiando o trabalho da tripulação.

Rivais e amigos – “O Pajero Mitsubishi, com Bochecha no leme, tem uma equipe fortíssima. Ele tem muita agilidade, trazida da classe olímpica em que veleja, a 49er”, opinou Mirsky, ao lado do amigo e rival Bochecha que emendou. “Nossa tripulação está sendo considerada como um ‘dream team’, é praticamente a mesma vice-campeã mundial da classe TP52, há um mês na Itália, mas é a primeira vez que velejamos em um S40, que além do Carioca, tem barcos muito fortes como o Magia Energisa, do Torben Grael e o atual campeão Crioula”. Ambos consideram que as regatas barla-sota (boia a boia) a partir desta terça-feira (22) serão mais brigadas e decisivas para o campeonato.

A classe ORC, que também contornou Alcatrazes, teve vitória do Lexus Chroma , com 8h8m51, à frente do Seu Tatá e do Angela VI. O veleiro de Santos, vencedor do Warm Up da Ilhabela Sailing Week, na Copa Suzuki Jimny, foi preparado especificamente para correr em Ilhabela. “Investimos em velas, cabos e eletrônicos, mas não fizemos reforma para não alterar o certificado”, justificou o comandante Gustavo de Crescenzo.

“Tivemos logo depois da largada, ventos de um ou dois nós. Aproveitamos a correnteza junto à Ponta da Sela (extremo sul de Ilhabela) para podermos andar um pouco. Também foi muito difícil contornar Alcatrazes, quase sem vento e com o mar agitado”, descreve o comandante que espera por ventos entre oito e dez nós a partir das regatas desta terça. “Nosso barco não permite erros. Precisamos colocar 14 minutos em cima do segundo colocado da classe para vencermos no tempo corrigido. O barco está regulado para vento médio”.

Vitória da persistência – Enquanto os velejadores dos barcos mais velozes repousavam em suas casas ou hotéis recuperando as energias empregadas no trajeto até Alcatrazes, algumas tripulações demonstravam perseverança e valentia rompendo a madrugada de segunda-feira para completar a regata. O Boccalupo fechou a raia às 9h17m45 desta segunda, após heroicas 21h07m45 de navegação, cinco minutos a mais do que o Fandango, também de Ilhabela.

“Chegamos a conversar a bordo se deveríamos continuar, mas meu filho Nícolas, de 13 anos, nosso tripulante-mirim, convenceu-nos a permanecer em regata. Ele nunca havia ido a Alcatrazes e demonstrava um entusiasmo contagiante”, alegou orgulhoso o pai e comandante Cláudio Melaragno. “Ficamos três horas literalmente boiando, sem qualquer vento. Contornamos o arquipélago apenas na madrugada, mas no próximo ano o Nícolas já avisou que quer ver Alcatrazes durante o dia. Estaremos aqui novamente”.

Dia de estreia para a Star – A única classe que ainda não competiu na Ilhabela Sailing Week é a Star, que correrá a primeira regata pelo Campeonato Sul-Americano nesta terça. Reunindo os principais velejadores do Brasil e quatro duplas argentinas, a disputa entre os 18 barcos promete equilíbrio. A Star estreou na competição em 2013, com vitória da dupla tricampeã mundial Robert Scheidt e Bruno Prada. Neste ano, a classe ganha nível internacional.

Os argentinos reconhecem o favoritismo dos rivais brasileiros. Torkel Borgstrom, que já foi campeão em Ilhabela competindo em barco de oceano, aponta seus principais favoritos ao título. “Acho que o Lars Grael, o Bruno Prada e o Dino Pascolato têm provado que são excelentes velejadores. Estão em nível superior. Se eu e o Juan Pablo terminarmos entre os cinco primeiros já estaremos muito contentes”.

Lars, terceiro em 2013, estará novamente com seu proeiro Samuel Gonçalves e também é indicado como um dos mais cotados ao pódio pelo atual campeão Bruno Prada. “Com certeza é uma dupla que tem potencial para vencer qualquer competição. De qualquer forma, será muito bom correr com 18 barcos na raia em uma classe que exige muita técnica”, afirmou Bruno que estará ao lado de Guilherme de Almeida, com quem já velejou no final da década de 90.

“O Guilherme está muito bem treinado, velejou no último mundial com o Torben. É questão de fazermos alguns ajustes no barco e utilizarmos nosso conhecimento da raia de Ilhabela”, considerou Bruno, terceiro colocado no Mundial da Itália junto com o norueguês Eivind Melleby. Logo após a Ilhabela Sailing Week, Bruno disputa o Evento Teste do Rio de Janeiro na classe Finn, para os Jogos Olímpicos de 2016. “Estou torcendo para que o vento aumente de intensidade nesta semana aqui em Ilhabela. Com vento forte, se não der para andar bem com jeito, vai na força”.

Vencedores da regata de abertura – Confira os vencedores de cada classe da regata disputada neste domingo (20), que abriu a 41a. edição da Ilhabela Sailing Week:

S40 – Carioca (Roberto Martins)
C30 – Mais Realizado (José Luís Apud)
HPE – Ginga (Breno Chvaicer)
ORC A – Lexus/Chroma (Luís Gustavo de Crescenzo)
ORC B – Santa Fé V (Nélson Avila Thomé Jr.)
ORC C – Bravissimo 4 (Ian Muniz)
IRC – Rudá (Guilherme Hernandes)
RGS A – Fram (Felipe Aidar)
RGS B – Total Balance (Sérgio Klepacz)
RGS C- Azulão (Marcelo Polonio)
RGS Cruiser – BL3 (Pedro Rodrigues)

Resultados completos no site oficial:

http://www.ilhabelasw.com.br/2014/resultados/#tit

Da assessoria

‘Mais Realizado’ vence a classe C30 na abertura da Ilhabela Sailing Week

Veleiro de Ilhabela supera vento fraco e favoritos para vencer a competitiva classe C30 na primeira regata da 41ª edição do principal evento náutico da América Latina

Foto: Marcos Mendez Edição: Davi Valente www.sailstation.com

Ilhabela (SP) – Em um dia difícil para a maioria dos 130 barcos inscritos na Ilhabela Sailing Week, o Mais Realizado superou o vento fraco aproveitando a experiência da tripulação bem entrosada e acostumada aos ‘atalhos’ das raias de Ilhabela. Correndo na competitiva classe C30, o veleiro local venceu a Regata Toque-Toque por Boreste com uma milha (1.8 km) de vantagem sobre o segundo colocado Relaxa Next Caixa.

“Mesmo com todas as dificuldades foi um dia super legal para nós”, relatou Mário Buckup, timoneiro do barco vencedor. “Até chegar a Toque-Toque, mantivemo-nos em terceiro ou quarto lugar. Na hora de contornarmos a ilha, fizemos um trajeto bem rente e com um rumo mais curto pudemos ultrapassar os adversários. Arriscamos e deu certo, mas tivemos sorte também”, afirmou Buckup com humildade. A C30 conta com sete barcos.

“Na volta optamos por velejar junto à costa de São Sebastião e nos demos bem novamente. O ambiente tranquilo a bordo e a regulagem das velas ajudaram o barco a ganhar velocidade”, analisou Buckup, bicampeão pan-americano da classe Lightning. “Essa vitória nos motiva ainda mais para as regatas barla-sota (boia a boia) a partir de terça-feira. Vamos comemorar hoje (domingo) porque amanhã é dia de treino”. O Mais Realizado superou os favoritos CA Technologies, campeão em 2013 e o Zeus Team, também de Santa Catarina e que chegou na terceira colocação.

Prevaleceu a lógica na HPE – A classe HPE disputou a Regata Renato Frankenthal, no mesmo percurso da C30 e dos barcos menores da RGS. O atual campeão Ginga, de Ilhabela, confirmou o favoritismo em meio a uma flotilha de 22 veleiros. Cruzou a linha de chegada à frente do Artemis e do Take Ashauer, ambos também de Ilhabela. O Fit to Fly, vice em 2013, foi o quinto na prova de abertura da Ilhabela Sailing Week.

“Com um vento que mal chegou a oito nós (14 km/h), foi um anda e para o tempo todo. Começou na direção sul e depois virou para leste”, relatou Henrique Haddad, o Gigante, timoneiro do Fit to Fly. “Cruzamos a linha cinco minutos antes do horário limite, 17h”. O velejador carioca, em campanha olímpica para o Rio 2016 na classe 470, chegou a pensar que a regata poderia ser anulada por falta de luz natural. A HPE não possui luzes de navegação e apenas oito veleiros chegaram dentro do prazo estabelecido.

Sem vento, retorno é antecipado – A Regata Alcatrazes por Boreste – Marinha do Brasil, com 60 milhas náuticas (110 km), foi árdua para os alguns dos barcos que teriam de contornar o arquipélago, devido à falta de vento, o que provocou várias desistências. “Diante da situação adversa, a tripulação do Miragem, do Rio de Janeiro, optou por retornar mais cedo ao Yacht Club de Ilhabela. “Entramos em um buraco de vento e não tínhamos como recuperar. Ficamos parados na Ponta da Sela (extremo sul de Ilhabela), com vários barcos ao redor e não havia como sair do canal para chegar lá fora, no vento leste”, justificou o timoneiro Fábio Bodra.

A tripulação do Miragem, assim como outras que enfrentaram a calmaria, preferiram evitar o desgaste para priorizar os treinos nesta segunda (21), dia livre para os velejadores que só voltam a competir na terça-feira. O Tapioca, de Paraty, também retornou sem chegar a Alcatrazes. “O vento estava muito fraco, Não valia a pena ficar insistindo. Para não perdermos o dia, ligamos o motor e fomos dar um passeio próximo à Alcatrazes. Começamos a festa mais cedo”, comentou cansado, porém, bem humorado, Vitor Oliveira, proeiro do Tapioca.

Regata principal – A Comissão de Regatas estava preparada para receber os barcos que seguiram a Alcatrazes até durante a madrugada desta segunda-feira (21). No início da noite deste domingo, apenas três embarcações da classe S40 haviam cruzado a linha de chegada ao sul de Ilhabela. O vencedor foi o Carioca, conduzido por André Mirsk. O segundo colocado, o Pajero Mitsubishi, com André “Bochecha” Fonseca no leme, concluiu o percurso 3min32 depois. O terceiro foi o Crioula, com Samuel Albrecht, a 53mi13 do ganhador.

Da assessoria

Vela: Kim Vidal e Antonio Lopes conquistam o bronze no Mundial da Juventude

Kim e Antonio ficaram com o bronze

Kim e Antonio ficaram com o bronze

Terminou no último sábado em Tavira, Portugal, mais uma edição do Mundial da Juventude. Após 13 regatas na classe SL16, Kim Vidal e Antonio Lopes conquistaram a medalha de bronze, melhor resultado brasileiro. O título ficou com os franceses Louis Flament e Charles Dorange.

Kim, que completa 18 anos este ano, conclui o seu ciclo na vela jovem com três medalhas, sendo um ouro, conquistado em 2011, e dois bronzes, conquistado em 2012 e em 2014.

O Brasil somou ainda mais dois bons resultados, com Martin Lowy em quarto na Laser e Tiago Brito e Philipp Essler em oitavo na 420.

Resultados finais:

SL16

1. Louis Flament / Charles Dorange, FRA, 30

2. Jordi Booth Ferrando / Ruben Booth Ferrando, ESP, 42

3. Kim Vidal / Antonio Lopes, BRA, 62

 

Laser Radial Boys

1. Joel Rodriguez Perez, ESP, 39

2. Seafra Guilfoyle, IRL, 43

3. Ryan Lo, SIN, 51

4. Martin Lowy, BRA, 62

 

Laser Radial Girls

1. Martina Reino Cacho, ESP, 39

2. Haddon Hughes, USA, 50

3. Monika Mikkola, FIN, 50

22. Maria Carolina Boabaid, 153

 

29er

1. Brice Yrieix / Loic Fischer Guillou, FRA, 53

2. Quinn Wilson / Riley Gibbs, USA, 60

3. Markus Somerville / Isaac Mchardie, NZL, 75

25. Antonio Aranha e Stephan Kunath, BRA, 263

 

420 Boys

1. Yia Jia Loh / Jonathan Yeo, SIN, 39

2. Mohammad Faizal Norizan / Ahmad Syukri Abdul Aziz, MAS, 44

3. Ibuki Koizumi / Kotaro Matsuo, JPN, 50

8. Tiago Brito e Philipp Essle, BRA, 70

 

420 Girls

1. Silvia Mas Depares / Marta Davila Mateu, ESP, 23

2. Yahel Wallach / Stav Brokman, ISR, 32

3. Ewa Romaniuk / Katarzyna Goralska, POL, 45

27. Giuliana Tozzi e Marina Issler, BRA, 205

 

RS:X Boys

1. Yael Paz, ISR, 27

2. Mattia Camboni, ITA, 28

3. Radoslaw Furmanshi, POL, 44

14. Breno Francioli, BRA, 167

 

RS:X Girls

1. Stefaniya Elfutina, RUS, 27

2. Shi Hongmei, CHN, 29

3. Marta Maggetti, ITA, 33

20. Maria Carolina Cruz, BRA, 208

A delegação brasileira disputa o Mundial da Juventude da Isaf com o apoio da CBVela. A CBVela tem o patrocínio do Bradesco e o apoio da Slam.

Slideshow de Fred Hoffman: Velejadores treinam no RJ para o Evento Teste

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Vídeo: Bernard Stamm e Jean Le Cam na largada da Barcelona World Race

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