Copa Brasil de Vela terá disputa em família
Além dos irmãos Grael, irmãs Decnop e família Swan também estarão na água
Que a vela é um esporte democrático, ninguém duvida. Por conta das inúmeras categorias, o perfil do atleta pode ir de uma criança de sete anos a um adulto de 90 ou mais, sendo alto, baixo, magro ou mais fortinho. Por isso muitas famílias acabam praticando o esporte juntas e os filhos muitas vezes iniciam na vela por causa dos pais. E isso poderá ser visto na prática durante a Copa Brasil de Vela, que será disputada a partir deste sábado, 13, na praia de São Francisco, em Niterói. Nomes como Martine e Marco Grael e Fernanda e Renata Decnop estarão até o dia 20 disputando uma vaga na Equipe Brasileira de Vela Olímpica.
A família Grael dispensa apresentações. Com o pai Torben e o tio Lars, o destino de Martine e Marco não poderia ser outro a não ser velejar. Os dois naturalmente seguiram o caminho vitorioso da família e estão em campanha em busca da tão sonhada vaga olímpica. Os dois chegaram a fazer campanha para Londres e Martine garantiu a vaga brasileira na classe 470, porém acabou perdendo na disputa interna para a gaúcha Fernanda Oliveira. Hoje ela entra na água como favorita conquistar uma medalha de ouro para o Brasil e já está fazendo história ao ser eleita, ao lado da parceira Kahena Kunze, melhor velejadora do mundo.
Quem também seguiu naturalmente o caminho da vela foi Isabel Swan. Inspirada pela e tia e madrinha Cacau Swan, que disputou as Olimpíadas de Barcelona 1992, a niteroiense trilhou o mesmo caminho e conquistou, em Pequim 2008, a única medalha da vela feminina brasileira, na classe 470, a mesma de Cacau. A tia chegou a iniciar a campanha para o Rio 2016 ao lado do marido Clínio de Freitas, medalhista de bronze em Seul 1988 na classe Tornado ao lado de Lars Grael, porém acabou desistindo da campanha. Mas Clínio segue na briga pela vaga e apoia Isabel a fazer o mesmo.
As irmãs Renata e Fernanda Decnop não têm a vela como tradição na família, mas juntas fizeram campanha olímpica na classe Match Race para os Jogos de Londres 2012. Com a classe fora do programa, as duas foram obrigadas a se separar e cada uma seguiu seu caminho em uma classe distinta. Fernanda voltou para a Laser Radial, enquanto Renata se juntou com Isabel na 470. Hoje as duas estão fortes na briga para ir aos Jogos do Rio e seguem apoiando uma a outra.
“Ter uma irmã fazendo campanha olímpica é chegar em casa todo dia depois do treino e sentar pra conversar como foi, o que teve de novidade, quais foram os erros e acertos; é trocar ideias, tirar dúvidas e tentar arrumar uma solução para um problema, é ter uma torcendo incondicionalmente pela outra em todos os momentos, é sempre ter companhia pra fazer a preparação física, é dividir quarto em campeonatos e passar dias incrivelmente divertidos, é deixar a família duplamente orgulhosa, é se encher de orgulho quando se fala da sua irmã para os outros. Enfim, é muito motivador!”, diz Fernanda.
Quem também estará em família dentro d’água é Robert Scheidt. Enquanto ele compete na classe Laser, a sua esposa Gintare Scheidt disputará a classe Laser Radial. Os dois estiveram juntos nas Olimpíadas de Londres e Pequim, quando Scheidt foi prata na Star e Gintare, prata na Laser Radial.
A Copa Brasil de Vela tem organização da CBVela e conta com o patrocínio do Bradesco, Grupo Águas do Brasil e BG Brasil através da Lei de Incentivo ao Esporte, e com o apoio da Secretaria de Esporte e Lazer de Niterói, Slam e da Richards.