Bob Oatley e seu filho querem manter a hegemonia na Rolex Sydney-Hobart e queriam colocar a quilha do “velho” Wild Oatso mais à ré possível. Simples! Cortaram um pedaço da popa, a proa antiga e adicionaram uma proa nova bem maior. Esses levam a sério o negócio!!
Bochecha e seus companheiros de equipe na Cidade do Cabo
A primeira etapa da Volvo Ocean Race foi cheia de emoção e terminou, nesta sexta-feira (7), com a chegada na Cidade do Cabo das equipes do Team SCA e MAPFRE, sexto e sétimo lugares, respectivamente. A bordo do espanhol MAPFRE estava o brasileiro André ‘Bochecha’ Fonseca, que não gostou nada de terminar em último após a desgastante regata de quase 12 mil quilômetros entre a Espanha e a África do Sul.
“Estamos tristes e desapontados pelo resultado. Para as pessoas entenderem, a gente sente como se fosse a derrota do Brasil de 7 a 1 para a Alemanha, na Copa do Mundo. Um dia pesado. Perdemos no final a posição que estávamos disputando. Ficamos acordados e trabalhando nas 24 horas para conseguir manter a colocação, mas acabou não dando certo”, lamentou André ‘Bochecha’ Fonseca. “Nós perdemos contato com os líderes e foi frustante ficar longe deles durante 15 dias”.
O barco feminino do Team SCA ultrapassou os espanhóis nos quilômetros finais e cruzou a linha de chegada com um pouco mais de uma hora de vantagem. Pelo lado da Espanha, uma mistura de frustração e sentimento de dever cumprido, pois foram um dos últimos a entrar na regata. O MAPFRE esteve sempre no pelotão da frente, mas não conseguiu achar o vento na aproximação à ilha de Fernando de Noronha e viu os barcos abrindo vantagem na frente.
Em uma das tentativas finais de achar o vento na entrada do porto, o time espanhol recrutou o brasileiro André ‘Bochecha’ Fonseca para subir no topo do mastro e ver a situação na aproximação a Cidade do Cabo. Havia uma zona de exclusão e o time optou por velejar mais próximo à terra. Não deu certo e eles morreram na praia. As meninas do Team SCA estavam mais embaladas e passaram o MAPFRE.
“Vamos descansar e aproveitar esse tempo em terra, aqui na Cidade do Cabo, para focar na próxima etapa. Precisamos entrar na próxima etapa num nível melhor e brigar”, contou o brasileiro.
As atletas do único barco 100% feminino da Volta ao Mundo dedicaram o resultado ao saudoso Magnus Olsson. “Nós não paramos de lutar em nenhum momento. Foi um ensinamento que Magnus Olsson nos passou”, disse a comandante do Team SCA, Sam Davies, em referência ao velejador sueco, uma da lendas da Volvo Ocean Race, que faleceu em 2013.
A perna mais equilibrada da história teve emoção do começo ao fim durante as 6.487 milhas náuticas ou quase 12 mil quilômetros entre Alicante, na Espanha, e a Cidade do Cabo, na África do Sul. A vitória ficou com o Abu Dhabi Ocean Racing, que terminou a prova dois dias atrás. Completaram o pódio Dongfeng Race Team e Team Alvimedica. Os barcos Team Vestas Wind e Team Alvimedica ficaram com o quarto e sexto postos, respectivamente.
Resultado final da primeira etapa da Volvo Ocean Race
1º – Abu Dhabi Ocean Racing – 25 dias, 03 horas, 10 minutos e 44 segundos
2º – Dongfeng Race Team – 25 dias, 03 horas, 22 minutos e 48 segundos
3º – Team Brunel – 25 dias, 07 horas, 33 minutos e 25 segundos
4º – Team Vestas Wind – 26 dias, 48 minutos e 47 segundos
5º – Teal Alvimedica – 26 dias, 13 horas, 07 minutos e 38 segundos
6º – Team SCA – 26 dias, 23 horas, 37 minutos e 49 segundos
7º – MAPFRE – 27 dias e 40 minutos
“Você precisa entender que é um trabalho incrivelmente difícil. Os candidatos têm que ser totalmente dedicados.”, afirmou este final de semana o diretor da Clipper Race Justin Taylor para justificar a dificuldade do processo seletivo para comandantes da Clipper Race.
Ele, que já foi comandante em outras edições da competição, disse que o processo seletivo é intencionalmente esgotante: “Temos o dever de garantir que encontramos melhores capitães, aptos a liderar as equipes de forma eficaz, através de todos os desafios”.
A próxima edição da regata de volta ao mundo Clipper Race começa em agosto do ano que vem e a organização tem realizado contínuos processos seletivos para encontrar doze comandantes entre os melhores velejadores do planeta.
Uma série de testese cenários avaliam os potenciais capitães durante os três dias de processo seletivo, incluindo o resgate de um homem ao mar, lidar com vítimas, equipamentos danificados econflitos com a tripulação.
“Colocamos candidatossob grande pressão e acrescentamos mais dificuldades para ver como eles se saem”, afirmou o vice-diretor da competição Mark Light. “Muitas pessoas são capazes de velejar, mas poucas são capazes de velejar em um barco da Clipper Round the World Race.”
Os selecionados devem enfrentar os ambientes mais hostis do planeta, incluindo tempestades, ciclones, icebergs, lesões, calor e frio extremos e até mesmo ameaças de pirataria, durante quase um ano e em um percurso de 40.000 milhas com paradas na Europa, América do Sul, África, Austrália, Sudeste Asiático, China e América do Norte, em uma série de 16 corridas, atravessando quatro oceanos.
O fundador e presidente da Clipper Race, Sir Robin Knox Johnston adverte que os candidatos devem estar realmente preparados para ficarem exaustos, fisicamente machucados e surrados, mentalmente cansados e privados de sono durante a viagem 11 meses.
Como contrapartida os selecionados terão um contrato de 18 meses e um bom salário livre de impostos, além de desfrutar de excepcional progressão na carreira. Devem velejar por lugares como aEstátua da Liberdade, a Ponte da Bahia de Sydney, a Table Mountain, na Cidade do Cab, oe a Ponte Golden Gate, em São Francisco.
Para se candidatar você precisa ter o RYA (Yachtmaster Ocean Certificate), experiência pelo menos 30.000 milhas de navegação offshore e em barcos grandes e diversas habilidades que vão muito além dos requisitos profissionais de um trabalho normal.
O Netuno Tony Rae, do Team Vestas batiza Rob Salthouse na sua primeira passagem pela linha do Equador
O Abu Dhabi Ocean Racing venceu a corrida até a Linha do Equador, marco mais significativo da primeira perna da Volvo Ocean Race. O barco árabe cruzou o traço imaginário entre os hemisférios norte e sul na noite desta quinta-feira (23). Depois de escapar do marasmo dos Doldrums, o time terá de cumprir uma obrigação: passar por Fernando de Noronha antes de voltar a proa para a Cidade do Cabo. O waypoint da ilha paradisíaca brasileiro é obrigatório para todas as equipes.
O Team Brunel, barco holandês, e o Team Vestas Wind, time dinamarquês, estão relativamente próximos do líder Abu Dhabi. O restante da flotilha se distanciou em mais de 200 quilômetros. A notícia boa é que todos os sete barcos da Volvo Ocean Race escaparam da calmaria dos Doldrums e estão mais rápidos na aproximação da costa brasileira.
O MAPFRE, do brasileiro André ‘Bochecha’ Fonseca, está em quinto lugar na prova. O velejador catarinense falou das dificuldades dos Doldrums. “Foi muito difícil chegar até a Linha do Equador. Muita chuva e pouco vento. Não deu para descansar nada. Espero que a regata na costa brasileira seja melhor para nosso time”.
“Depois de sermos duramente castigados pelos Doldrums, nós agradecemos que os líderes não tenham dobrado a vantagem”, escreveu Francisco Vignale, do MAPFRE.
Cerimônia
Tradicionalmente, os velejadores que cruzam a Linha do Equador fazem uma cerimônia para marcar a passagem pelos hemisférios. Os tripulantes mais jovens cumpriram um ritual criado pelos companheiros mais experientes, sempre vestidos de Netuno, o deus do mar. Matt Knighton do Abu Dhabi, por exemplo, ganhou um corte moicano no cabelo. “Eu era o único que nunca tinha cruzado o Equador. Foi uma experiência interessante. Tenho certeza de que meu novo corte de cabelo aumentará a nossa performance aerodinâmica”.
Faltam mais de dez dias para acabar a primeira etapa e os barcos ainda não passaram pela metade do caminho. Ao todo, a perna de Alicante, na Espanha, até a Cidade do Cabo, na África do Sul, tem quase 12 mil quilômetros.