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Posts com Tag ‘Oracle Racing’

Resumão de quinta de um jornalista idem: Sofia, VOR, Copa América, Ilhabela, RC44, Alinghi, Transat, velho Chico e mais

Tipo assim, Rick Tomlinson registrou o Mapfre e o Brunel montando o Horn praticamente como se fosse uma boia, só que depois de 4700 milhas da largada!

Tipo assim, Rick Tomlinson registrou o Mapfre e o Brunel montando o Horn praticamente como se fosse uma boia, só que depois de 4700 milhas da largada!

Dante/Lowbeer e Fernanda/Ana em 3º em Palma. Dongfeng perde mastro na VOR e flotilha monta o Horn e já está a 800 milhas de Itajaí. Nova classe de catamarãs com fólios vai correr a 35ª Copa América. Vento bom e muita disputa no final da primeira etapa da Copa Swift Sport em Ilhabela.

E mais: SulAm de Snipe em Mar del Plata. Alex Welter vence SulBra de A-Cat em SP. IRN/Projeto Grael recusa convite para limpar Guanabara. Ventão e muita adrenalina na abertura da RC44 em Malta. Novo livro de Isabella Nicolas conta a história da vela no Brasil. Caravana do Esporte, com Samuca Gonçalves, visita o velho Chico. Clippers 70 vão correr a Round the Island Race no Solent. Plymouth é porto de partida da próxima Transat. Alinghi vai correr circuito de GC32. Carkeek 47 vence em Tortola.

Agende-se: Lars em busca do hexa no Brasileiro de Star. Floripa se prepara para receber o mundial de Soto40.

Vídeos: Bochecha no Horn. Dongfeng quebra o mastro. O melhor da vela extrema de todos os tipos e um rolê de RS:X em Búzios. 

Boa tarde querido amigo e queridíssima amiga, direto do covil neste cabo nem tão frio assim vamos logo a uma errata. Na semana que se foi, em alusão à regata mais antiga deste nosso varonil, pouco sutil e nada pueril Brasil, a Darke de Mattos, que chegou à sua 71ª edição, sempre corrida na classe Star, este manza em um claro desrespeito ao régio direito de pairar acima de todos nós, errou. Errei sim! E justo com nossa majestade. Na referida missiva afirmei que John King havia vencido a prova por 7 vezes. Não!! O cara ganhou, contando com este 2015, nada menos que 13 vezes a Darke de Mattos. Sois rei! Sois rei!! Sou manza, sou manza…

Evitei escrever ontem, no 1º de abril (mentira!), para manter a credibilidade deste jornalista e também por motivos etílico-gastronômicos. É que no Iate Clube Armação de Búzios – ICAB rolou o coquetel de abertura da Búzios Sailing Week 2015. Como sempre, Alain Joullié, Pierre e Dona Vera, com o auxilio luxuoso do Almir e do buffet da boate Privilége, receberam os convivas com a simpatia e o bom gosto de sempre. Tudo ótimo!! Como vou novamente locutar oficialmente a VOR em Itajaí, não poderei correr as regatas, mas já adianto: Búzios é sempre do baralho! Quem não foi perdeu!! Perdi!…

E para manter a pegada nas altas esferas vélicas planetárias vamos direto para a palma da Sofia, ou melhor, para o Troféu Princesa Sofia em Palma de Maiorca. Por lá nossa seleção olímpica começa a temporada europeia neste ano-prólogo do Rio 2016 em alta voltagem. E a coisa anda mediterraneamente boa! Direto para o meio do Med…

Sofia – As maiores promessas olímpicas do planetinha azul estão reunidas na ilha que já foi grega, fenícia, romana e os catalães retomaram dos muçulmanos em 1.229 para a 49ª edição do Troféu Princesa Sofia, neste ano com o sobrenome mercadológico de Iberostar. E comecemos pela nova categoria da vela mundial sob gestão da Isaf, o kitesurfe.

Depois de sete regatas corridas, ontem (quarta) foram disputadas as medal races do Formula Kite em águas pálmicas. E dois brasucas ficaram entre os top10. Em 7º Wilson Veloso e em 9º Ian Germoglio, ambos do Bodete Kitepoint, em João Pessoa. Começamos bem!

No resto da esquadra brasuca, o destaque fica por conta de Dante Bianchi e Thomas Low-Beer, na 49er, em terceiro geral, com direito a vitória na 4ª regata da série e com a nossa pioneira medalhista feminina Fernanda Oliveira e sua parceira, Ana Barbachan, também em terceiro geral com uma vitória na 3ª regata qualificatória e um 2º ontem na primeira das séries finais, na flotilha ouro, claro. O resto do time está da seguinte forma:

Classe Laser (164 barcos, 6 regatas corridas): Bruno Fontes, 36º, 96pts; João Pedro Oliveira, 82º, 113pts e Alex Veeren 104º, 155pts.

Laser Radial (117 barcos, 6 regatas): Fernanda Decnop, 31ª, 96pts; Maria Cristina Boabaid, 57ª, 173pts; Odile Ginaid, 71ª, 124pts e Gabriela Kidd, 112º, 248pts.

Finn (74 barcos, 6 regatas): Jorge Zarif, 18º, com 86pts e um 7º como melhor colocação até agora.

RS:X masculino (82 pranchas, 6 regatas): Gabriel Bastos, 21º, 74pts.

RS:X feminina (66 pranchas, 6 regatas): Bruna Mello, 34ª, 104pts.

470 masculino (80 barcos, 6 regatas): Henrique “Gigante” Haddad e Bruno “Bebum” Bethlem, na flotilha ouro em 21º geral com 68pts e Geison Mendes e Gustavo Thiessen, em 45º, com 81pts e um terceirinho esperto ontem na flotilha prata.

470 feminino (62 barcos, 6 regatas): Fernanda Oliveira e Ana Barbachan em 3º geral com 18 pontos e um 2º e um 5º hoje e Renata Decnop e Isabel Swan em 21º, com 66pts.

49er (74 barcos, 7 regatas): Dante Biachi e Thomas Lowbeer em 3º geral com 35 pontos e Marco Grael e Gabriel Borges, também no Top10,, em 8º com 55pts. Detalhe é a impressionante liderança das lendas kiwis Peter Burling e Blair Tuke que descartam como pior resultado um 3º lugar e contam com nada menos que quatro vitórias e dois segundos lugares. Caramba!

49er FX (47 barcos, 7 regatas): Martine Grael e Kahena Kunze em 14º com 53 pontos. Detalhe interessante é que mesmo quando elas não estão nas cabeças, o que é raro, as neozelandesas Alex Maloney e Molly Meech sempre estão no encalço ali do lado. Em Palma as kiwis têm 52 pontos e estão em 13º. Isso que é andar junto!

Nacra (56 barcos, 7 regatas): Samuel Albrecht e Geórgia Rodrigues, 36º, 70pts e um 4º ontem na flotilha prata e João Bulhões e Gabriela Nicolino, em 39º, com 81pts.

Para ver o vídeo do 3º dia em Palma clique em: http://bit.ly/1bQKxMU E hoje tem mais!! Fique ligado!

VOR – Já no atlântico Atlântico, a flotilha da Volvo Ocean Race se desloca célere para águas catarinenses. Óbvio que não sem a dose de drama e aventura que torna esta regata tão atrativa aos olhos de todo o mundo. E fora os dias sempre intensos no sul do Pacífico (que perto do 55°S bem poderia se chamar Belicoso), com ventos de até 50 nós e ondas de quase 8 metros, a carga trágica ancestral dos antigos marinheiros que viam suas naves ceifadas pelo mau humor dos deuses patagônicos sobrou para o sino-gaulês Dongfeng.

Os comandados de Charles Caudrelier vinham a aproximadamente 250 milhas do Horn, em ventos de 30 nós, quando às 0315UTC de segunda-feira viram a parte alta da jaqueira desabar. Com o tope do mastro caiu o FRO (Fractional Code Zero, a maior vela a bordo), quebraram as 2ª e 3ª cruzetas de boreste e como diria o Seu Manoel da padaria, o sonho acabou. Mas tem pãozinho…

Pela manhã, com a luz de Deus, deu para ver o tamanho da caca e Kevin Escofier subiu no que sobrou do pau para cortar fora as adriças e livrar a vela que vinha sendo rebocada pelo barco (veja no vídeo abaixo). Os caras só podiam velejar com amuras a bombordo e lentamente com o que sobrou do mastro e a buja três (J3), mais o possante roncando no porão, se dirigiram para o canal de Beagle, rumo a Ushuaia, para tristeza dos dois velejadores chineses que sonhavam montar o Horn em alto estilo.

Já em Ushuaia, Caudrelier decidiu abandonar a 5ª perna, usar o tanque de lastro de proa como tanque de diesel e mandar o barco, com a tripula de terra a bordo, motorsailing pro Brasil. Detalhe é que os dois chineses, por conta da burocracia da armada argentina (que em Ushuaia é um porre, posso testemunhar), não puderam desembarcar e vão fazer o cruzeiro rumo a Itajaí. Faz parte!

Enquanto isso, na sala de justiça… Os líderes cruzavam o Everest dos mares com beleza, velocidade e… Uma proximidade impressionante depois de mais de 4.700 milhas navegadas desde a Nova Zelândia. Você pode testemunhar na foto acima que o Mapfre e o Brunel estavam no mesmo quadro e passaram o cabo com apenas 0,1 milha náutica de separação (180m), a 18 milhas do líder de então, o Alvimedica, que por sua vez montou o Horn a menos de 4 milhas do vice, Abu Dhabi. Fazendo uma simples regra de três (no caso do Mapfre, assumindo que um GP tem 350km) é como se num a prova de F1 os carros cruzassem a linha a apenas 0,07mm um do outro. Não sei nem se o cronômetro pega isso! Caraca!!! Viva o one design!

No momento, a pouco mais de 800 milhas da santa e bela, o Alvimedica lidera, com o Abu Dhabi 1,7 milha atrás, o Mapfre outras 10,4 milhas na esteira dos árabes e o Brunel apenas 7 milhas no encalço do espanhol. O Dongfeng abandonou a etapa, o Vestas está no estaleiro e as meninas do SCA, que estão sem o Code Zero depois de um jaibe chinês e sofreram com panes eletrônicas também, vêm mais de 700 milhas atrás da galera, mas já passaram o cabo do medo. E é o time mais bonito, sem dúvida!! Viva elas!

Para sabe tudo da regata não deixe de clicar em http://bit.ly/VOR_14_15

Copa América – Conforme você leu aqui na semana passada, os próceres da Copa América, a competição esportiva mais longeva de nossa humanidade, que desde 1851 alimenta sonhos, paixões e desejos intensos, resolveram aliviar o bolsilho dos bilionas que se divertem nos barquinhos que voam e dos nem tão bilionários assim que dependem de patrocínios polpudos para fazer parte da brincadeira também.

Pois bem, agora é oficial. Os catamarãs AC62 já morreram antes de nascer. Com a anuência de todos os times, os donos da bola, OracleUSA, o desafiante principal Luna Rossa/Prada e os outros quatro desafiantes (Artemis, New Zealand, France e Ben Ainslie Racing) anunciaram que concordam em correr, em 2017, nas Bermudas, em um catamarã com fólios e vela rígida entre 45 e 50 pés. Nesta semana deve sair o novo protocolo e regras da classe.

O objetivo é reduzir os custos e atrair novos times para a competição. Embora a coisa toda continue a ser uma disputa na água e nas pranchetas (e computadores) dos designers, até mesmo algumas peças comuns a todos os barcos serão desenvolvidas conjuntamente. Tomara que dê certo e que possamos ver novamente vários e vários desafiantes se aventurando na regata que está no coração do nosso esporte. Sustentabilidade financeira é o novo lema dos caras! Que assim seja!!

Swift – Mestre Pereira Jr., também conhecido como Aryzão, está nas assessóricas lides ilhabelenses neste começo de outono e nos informou direto do front.

“O melhor da etapa de abertura da Copa Swift Sport ficou reservado para o último dos quatro dias dos dois finais de semana de disputas em Ilhabela. O domingo (29) amanheceu chuvoso e o vento não dava nem sinal de vida. A Comissão de Regatas (CR) optou por hastear a bandeira Recon no Yacht Club de Ilhabela (YCI) e saiu em um bote à procura do vento no Canal de São Sebastião. Depois de uma hora e meia veio orientação para que as 32 tripulações embarcassem rumo ao norte de Ilhabela. Valeu esperar.

O vento sueste entrou com média de 15 nós e rajadas que ultrapassaram os 20 nós. A classe HPE correr mais duas regatas, enquanto C30 e RGS disputaram a prova final da etapa. “Depois das mais variadas condições nos dois últimos finais de semana, fechamos a etapa com chave de ouro. É um convite antecipado para que as tripulações retornem na segunda etapa da Copa Swift Sport (23 e 24, 30 e 31/5), o tradicional ‘Warm Up’ para a Ilhabela Sailing Week, em julho”, comemorou o presidente da CR, Cuca Sodré.

Sob condições ideias, os tripulantes puderam levar à prática seus talentos. Na C30, vitória do Barracuda, que assumiu a vice-liderança da classe. O líder e campeão da etapa, Porsche, chegou em segundo lugar. Na HPE, o Ginga venceu as quatro regatas do fim de semana e conquistou a etapa, mantendo a liderança. Suzuki Bond Girl e Aventura 55 ocupam segunda e terceira colocações no acumulado. Na RGS Geral, o líder Asbar II chegou na segunda colocação para garantir a liderança. O Fram venceu a regata, mas Inaê Transbrasa e Hélios II seguem o Asbar II. Na regata da RGS Cruiser deu BL3, o líder da classe, seguido por Jambock e Cocoon.

O HPE Ginga, com tripulação nativa de Ilhabela abriu a liderança mais folgada entre as classes da Copa Swift Sport. São 14 pontos de vantagem sobre o Suzuki Bond Girl. “No primeiro final de semana tivemos muitas dificuldades com o vento. Neste segundo, os ventos ajudaram e corremos muito bem. A classe levou nove barcos à raia e na próxima etapa, em maio, esperamos mais de 20, devido ao Campeonato Brasileiro”, estimou o comandante do Ginga, Breno Chvaicer, lembrando que o Brasileiro também será em Ilhabela, com sede no YCI (28 a 31/5).

Para todas as classes é considerado o descarte do pior resultado a partir da quinta regata. A organização e realização da Copa Swift Sport é do Yacht Club de Ilhabela, com patrocínio máster de Suziki Veículos, patrocínios de Ser Glass e F7 Blindagens e apoios de Revista Mariner, Rádio Antena 1, North Sail, Sail Station, Wind Charter e Prefeitura Municipal de Ilhabela”. Dei mole!!

Três primeiros em cada classe após a 1ª Etapa

RGS Geral
1.Asbar II (Sérgio Keplacz): 3+1+2+2 = 8 pontos perdidos
2.Inaê Transbrasa ( Bayard Umbuzeiro): 6+2+1+3 = 12 pp
3.Helios II (Marcos Lobo): 1+5+3+4 = 13 pp

RGS Cruiser
1.BL3 (Clauberto Andrade): 1+2+1+1 = 5 pp
2.Jambock (Marco Aleixo): 3+1+2+3 = 9 pp
3.Cocoon (Luiz Caggiano): 2+3+3+2 = 10 pp

C30
1.Porsche (Marcos de Oliveira Cesar): 1+3+(4)+1+2 = 11 pp
2.Barracuda (Humberto Diniz): (5)+4+1+2+1 = 13 pp
3.+Realizado (José Luiz Apud): 2+1+(5)+4+3 = 15 pp

HPE
1.Ginga (Breno Chvaicer): 2+1+(3)+1+1+1+1 = 7 pp
2.Suzuki Bond Girl (Rique Wanderley): 4+(10)+1+3+4+4+5 = 21 pp
3.Aventura 55 (José Vita): (6)+2+6+2+2+3+6 = 21 pp

 

No São Francisco ainda se veleja para viver e se vive para velejar, Samuca é testemunha.

No São Francisco ainda se veleja para viver e se vive para velejar, Samuca é testemunha.

(\_~~ (\_ Rajadinhas (\_~~ ~ (\_

** Com oito barcos na água rolou o SulBra de A-Cat na Guarapiranga. Com sede no YCSA, o velejador local e apenas medalha de ouro em Moscou1980 no Tornado, Alex Welter, dominou a coisa toda. Em seis regatas venceu cinco e descartou um segundo lugar. Quem foi rei… Parabéns, Herr Welter!

** O SulAm de Snipe, em Mar del Plata, já está rolando. Primeiro com as categorias misto e máster, lideradas pela dupla argentina Juan Pablo Marchesoni e Paula R. Ramos e, a partir de hoje, com o principal (Sênior, Júnior e Feminino). São muitos barcos argentinos, poucos brasileiros, dois cubanos, um peruano e outro equatoriano. Mas pelas fotos de mestre Capizzano, que é velejador local, já sabemos que a coisa toda está linda no mar do Prata! Vida longa às narcejas!

** A semana foi agitada no lixo de Guanabara, também conhecida como a baía-sede dos jogos olímpicos de 2016. Depois de anunciar que iria fazer um contrato emergencial de R$ 20 milhões com o IRN – Instituto Rumo Náutico/Projeto Grael para que a ONG operasse o plano feito (sem custos) por Axel Grael para mitigar o problema do lixo flutuante, o conselho do instituto, por unanimidade, declinou do contrato.

** Segue… O ex-presidente do IRN (agora é Torben), vice-prefeito de Niterói pelo PV e ambientalista de renome internacional, Axel Grael, comentou: “Comecei a minha vida de militância ambientalista há 40 anos, lutando pela baía de Guanabara, e continuarei fazendo. O Projeto Grael tem sido um importante canal de contribuição para isso e é importante que continue a motivar os seus alunos a se engajarem nessa luta e que contribua sempre com as iniciativas de despoluição. Mas, isso deve ser feito dentro das vocações e das limitações institucionais da nossa organização A decisão do Conselho Diretor do Instituto Rumo Náutico é prudente e correta”. Sem dúvida!

** Limpeza no lixo… O secretário do Ambiente do RJ, André Côrrea, disse em nota que “entendo a posição do conselho do Instituto Rumo Náutico e a minha admiração pela família Grael aumentou ainda mais”. Bem, nestes tempos estranhos, recusar-se a receber recursos sem licitação e não se colocar a serviço de uma possível manobra política e de marketing só me faz aumentar também minha admiração pela Graelada toda. Sou suspeito, mas os caras são demais mesmo! Quem dera houvesse mais gente assim no Brasil!!

** E por falar em Projeto Grael, um dos mais ilustres filhos de lá, Samuel Gonçalves, o multicampeão proeiro de Lars Grael, deu um velejo diferente. Como parte da Caravana do Esporte, da Ana Moser/ESPN/Disney, o arariboiopolitano (também conhecido como niteroiense) foi a Porto da Folha, em Sergipe, às margens do rio São Francisco e, entre atividades sociais e musicais, deu um rolê nas canoas a vela locais. “Uma experiência inesquecível!”, segundo o próprio. Eu não duvido! E segue a caravana!

** Já emendando na vela tradicional. Já que até em canoa de tolda a moça esteve. A nossa documentarista número um da vela brasileira Isabella Souza Nicolas, diretora do “Senhores do Vento”, documentário da saga do Brasil 1 na VOR 2005/6 e do “Mar Me Quer”, que conta na telona a história de nossa vela, está lançando o livro homônimo que promete ser tão completo, bonito e bem feito quanto o filme. Não posso louvar muito porque sendo amigo próximo e colaborador corro o risco, sempre muito feio, do autoelogio. Mas que é do baralho, é!! Aguarde!!

** A Clipper Race e sua flotilha de 12 Clipper70, o vitorioso barco projetado por Tony Castro, que substituiu os velhos 68 pés da regata, vão participar da Round The Islansd Race, na Inglaterra. A tradicional RTI promete reunir mais de 1600 barcos na sua 84ª edição. Com patrocínio da JPMorgan a flotilha dos clipperes vai levar a bordo 144 empregados do banco para o rolê de 50 milhas em volta da ilha de Wight. Vai ser bom!

** Por falar em regata tradicional, a mais antiga das travessias solitárias atlânticas e precursora de uma pletora de desafios solo desde então, a OSTAR, que começou em 1960, é disputada a cada quatro anos e hoje se chama simplesmente The Transat, já tem porto de partido para a edição de 2016. Será Plymouth, no sul da Inglaterra, local de onde partiu também nada menos que a primeira Whitbread em 1973, a hoje Volvo Ocean Race. A chegada do outro lado do Atlântico, nos EUA, ainda vai ser definida. Esta regata é o bicho!! Eu ainda chego lá!

** Regatinha que é o bicho também sempre é qualquer uma na classe RC44. E a temporada 2015 começou com uma etapa pra lá de disputada, com direito a dia de ventão e imagens espetaculares, em Valetta, Malta. No fim, o russo Bronenosec Sailing Team venceu nas regatas de flotilha e o monegasco Charisma foi o melhor no match race. Aqui um vídeo com as incríveis imagens da contenda mediterrânea: http://bit.ly/RC44_Vid_Malta. A próxima etapa é em Porto Cervo. Chatooo…

** E já que estamos nas altas rodas… O time Alinghi anunciou que vai correr o circuito de GC32 este ano. O catamarã one design navega sobre fólios e, como sabemos, enquanto a Copa América for de Larry Ellison (Oracle) o time de Ernesto Bertarelli jamais correrá. Mas os suíços, depois de venceram a eXtreme Sailing Series no ano passado querem manter a mão boa nos cats e agora nos fólios para, quem sabe, até desafiar o eventual vencedor das Bermudas em 2017 e voltar à copa. Veremos!!

** Por fim, uma caribenha. Na já tradicional BVI Spring Regatta, nas Ilhas Virgens Britânicas, o Carkeek 47 Spooke levou a melhor na Round Tortola Race, a regatinha em volta da ilha de Tortola. Correndo no paraíso!!

(\_~~ (\_ Agenda (\_~~ ~ (\_

** Ícone do esporte nacional, Lars Grael disputará, mais uma vez, em busca do hexa, o Campeonato Brasileiro de Star 2015. O evento, marcado para o feriado de Páscoa, promete ser um dos mais equilibrados da história. Além do medalhista olímpico, outros campeões da modalidade estarão na raia do Yacht Club Paulista, incluindo Bruno Prada e Reinaldo Conrad. “O Campeonato Brasileiro de Star é um dos mais tradicionais da vela brasileira”, disse Lars Grael, que terá como proeiro Samuel Gonçalves. Os dois têm o objetivo de subir ao pódio novamente, depois da prata do ano passado em Brasília. Apenas o irmão, Torben Grael – atual campeão com Gustavo Almeida – tem mais conquistas na classe. O bicampeão olímpico foi medalha de ouro no Brasileiro de Star por sete vezes, incluindo uma como proeiro. Começa amanhã!!

** A praia de Jurerê, em Florianópolis, será palco da 3ª edição do Mitsubishi Motors Soto 40 World Championship entre os dias 12 e 16 de abril. Durante as 10 regatas previstas, grandes nomes da vela, medalhistas olímpicos e campeões mundiais, como Torben Grael e o argentino Mariano Parada, participarão da competição totalmente one design. “O que torna a classe Soto 40 especial é que os barcos são completamente iguais. Nenhuma tripulação entra com vantagem de equipamento. Com isso, o trabalho das equipes é destacado”, explica Roberto Martins, do Carioca 25, que já conformou presença no mundial. Eu também!! Vamos?!

 

Olha ele lá de novo! Bochecha manda seu recado no Horn.

Olha ele lá de novo! Bochecha manda seu recado no Horn.

(\_~~ (\_ Vídeos (\_~~ ~ (\_

** Nosso representante na VOR, Don Bochecha de Las Santas y Puertos falou, em português, enquanto montava o famigerado cabo Horn. O cara é o cara!! Confira aqui: http://bit.ly/Buch_Horn

** Viva a Internet! Um maluco compilou cenas incríveis de vela extrema de todos os tipos e colocou neste vídeo. Duca!! Confira em: http://bit.ly/1DtLG7U

** O Dongfeng vinha alegre e contente surfando as ondinhas de 5m nas proximidades do Horn quando um crack (a onomatopeia e não a droga, entenda-se) assustou a todos. A jaqueira partiu! E aqui vemos o intrépido tripulante Kevin Escofier que subiu no pau (não confunda!) e ainda filmou a lerda toda de cima. Vale a espiada! http://bit.ly/1F2jBkl

** A galera do Bimba aqui em Búzios, que você sabe é o bairro mais chique de Cabo Frio, veleja muito de RS:X lá em Manguinhos. Até aí novidade alguma. Só que a rapaziada resolveu filmar o velejo direto do próprio mastro e ficou, para falar em buziano castiço, del extremo carajo. Veja em: http://on.fb.me/1xyGKNP

(\_~~ (\_ Entre Aspas (\_~~ ~ (\_

“Se foi um erro, amanhã vira aprendizado”. Da bela Clarice Lispector 

Fui!!! Errando…

Murillo Novaes

America´s Cup: ETNZ pode ficar de fora da próxima edição por não concordar com regras

O Oracle Racing divulgou na semana passada as regras da 35ª edição da America´s Cup. A equipe neozelandesa do ETNZ, porém, não se mostrou muito satisfeita e poderá ficar de fora da competição. Um dos comentários de Grant Dalton, chefe da equipe, é que, sem saber onde a competição será realizada, fica difícil conseguir se comprometer com possíveis patrocinadores. O Oracle Racing deverá divulgar o local apenas depois que o prazo das inscrições se encerrarem e, até lá, as equipes já vão ter gastado uma boa grana entre inscrições e outras taxas.

Outro ponto que preocupa o time é a regra que diz que o Oracle tem que dar permissão para que os times participem de outras competições. “Eles dizem: você precisa de permissão para participar de qualquer outra competição a qualquer momento. Então a conclusão que se chega é que o Peter Burling ou o Blair Turke estiverem velejando o AC45 do ETNZ ano que vem, vão precisar de permissão de Russel Coutts para disputar as Olimpíadas. Não faz sentido”, disse Dalton.

E para completar, o skipper do Oracle, James Spithill, deu uma entrevista na semana passada atacando a direção do time concorrente: “Se a atual gerência do time não acha que poderá juntar uma equipe ou ser competitivo e vencer, então talvez o time esteja sendo gerenciado pela pessoa errada.”

 

 

Oracle Racing divulga o protocolo da 35ª America´s Cup

E a Copa América vai rolar novamente sobre fólios e na baía de São Francisco.

E a Copa América vai rolar novamente sobre fólios e na baía de São Francisco.

Nesta terça-feira finalmente o Oracle Racing divulgou a notícia mais esperada da vela dos últimos tempos: o protocolo da 35ª Amercia´s Cup. O documento traz todas as regras da próxima edição do evento que, será disputada em catamarãs de 62 pés com foil e vela em formato de asa e tripulado por 8 pessoas.

Vale destacar as seguintes regras:

  • Um programa de 3 anos de preparação com todas as regatas contando como classificação e/ou pontos para a final
  • No mínimo seis eventos da America´s Cup World Series por ano em 2015 e 2016, que deverão ser disputados em AC45. Todos os times terão a oportunidade de velejar em casa ao menos uma vez.
  • Um evento classificatório em 2017 que deverá envolver todos os times
  • America´s Cup Challenger Playoffs, com os quatro melhores times da etapa classificatória
  • America´s Cup Match, regatas entre o Oracle Racing, defensor do título, e o desafiante. O primeiro que fizer sete pontos ganha
  • Até dois eventos jovens, para ajudar no desenvolvimento dos velejadores mais novos
  • Regra de nacionalidade: ao menos 25% da tripulação deve ser da mesma nacionalidade que a equipe

Estas e outras regras foram estabelecidas entre o Golden Gate Yacht Club, clube do defensor Oracle Racing, e o Hamilton Island Yacht Club, clube do Team Australia, desafiante.

Para ler todas as regras do novo protocolo, clique aqui.

 

Vídeo: Oracle Racing treina em Sydney

Spithill é confirmado para mais uma temporada no Oracle Racing

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A lenda australiana da vela James Spithill estará mais uma vez a bordo do Oracle Racing na disputa da próxima America´s Cup. Ele tentará pela terceira vez seguida conquistar o título do troféu mais antigo do mundo para a equipe americana. Spithill começou a sua carreira na competição timoneando o Young Australia quando tinha apenas 20 anos, estabelecendo o recorde de mais novo skipper da Louis Vuitton Cup.

“Eu até recebi boas propostas de outras equipes, mas no final das contas, eu não estaria aqui sem Russel (Coutts) e Larry (Elisson)”, disse ele se referindo ao chefe e ao dono da Oracle Racing.

Boing recicla partes de barco do Oracle Racing USA

oracle

Como parte dos esforços para preservar o meio ambiente, a Oracle Racing USA fechou uma parceria com a Boeing (sim, a fabricante de aviões) para reciclar partes do USA-71, barco usado pela equipe na America´s Cup de 2003. No total serão reciclados 3.175 quilos de fibra de carbono, tirados do mastro e do casco.

Parem as máquinas! Oracle ultrapassa TNZ, vence a 19ª regata e a 34ª Copa América.

Parabéns aos campeões!

Parabéns aos campeões!

Olá amigos e amigas, acaba de acabar a 34ª copa da escuna América, conhecida também na língua de Shakespeare como America’s Cup. E bota América nisso!!

Os defensores, que levaram de volta para os EUA a taça que morou lá por 132 anos e depois deu um rolê na Austrália, Nova Zelândia e Suíça, conseguiram segurar o caneco em São Francisco por mais uma temporada. E de forma brilhante!

Na semana passada os neozelandeses tinham uma liderança de 8 a 1 e ficaram a apenas uma vitória do título. Parecia apenas questão de tempo este 9º e derradeiro triunfo maori que levaria a Auld Mug de volta à Auckland. Quando quatro dias atrás os kiwis lideravam a regata na merreca franciscana que se abateu na baía e por conta do tempo-limite, de 40 minutos máximos por prova, deixaram de fechar a tampa do caixão ianque na última boia do percurso com uma liderança de mais de 1km, parecia que era apenas um azar momentâneo. Parecia…

Com a entrada de Ben Ainslie como tático do Oracle e principalmente com o pulo do gato de aprender a voar nos fólios também contra o vento (coisa que os incríveis kiwis aprenderam de um dia para o outro, literalmente), o OracleUSA não mais parou de vencer regatas e transformou o 8 a 1 em um 9 a 1 histórico que parece até mentira!

Tanto que já rola até uma teoria da conspiração. Mas não creio nisso. Não na vela de alto nível que estes dois times mostraram para o mundo. É só ver as expressões de alegria e desapontamento de cada lado do ringue que percebemos que foi uma luta árdua para todos. Dois grandes times!

Hoje o Oracle foi implacável e, após, como ontem, montar as duas primeiras boias atrás, esperou chegar o contravento e fez sua mágica. Não perdeu mais!!

Com o menino mimado Larry Ellison à frente, os americanos logo atraíram uma enorme torcida contra, inclusive em seu próprio território. E o mundo da vela internacional claramente preferia (eu também, confesso!) os neozelandeses à frente da 35ª disputa da copa. A tradição mais comedida versus a inovação de custo bilionário. Temos que dar o braço a torcer agora.

De fato, os inacreditáveis AC72, catamarãs voadores de 72 pés e vela-asa rígida, com suas velocidades incríveis e visual futurista sempre foram o ponto alto desta 34ª Copa América. O que não se imaginava é que de fato haveria um verdadeiro match race entre eles. E até houve! Dos bons!! Depois a diferença de velocidade dos americanos falou mais alto. Mas o espetáculo visual prometido e a volta dos barcos da copa como os mais velozes de todos os veleiros do planeta também prometida, foi cumprida à risca. Outras coisas deixaram a desejar, mas este não é o momento de falar.

Agora temos apenas que congratular James Spithill, Ben Ainslie (que vencedor!), Tom Slingsby e toda a tripula do Oracle pelo seu incrível feito desportivo que já os coloca nos livros de história do esporte que serão editados no futuro. Arrebentaram!

Fui!!

Murillo Novaes

Putz grila!! Oracle vence, faz 8 a 3, e decisão da 34ª Copa América fica adiada de novo!

Ontem o TNZ saiu na frente duas vezes para perder duas. Uma, contra o relógio, outra, contra os defensores.

Ontem o TNZ saiu na frente duas vezes para perder duas. Uma, contra o relógio, outra, contra os defensores.

Bom dia querido amigo e mais que querida amiga, de volta ao covil do Posto 6 neste Rio de eterno janeiro, feliz como um poeta que volta aos seios da amada, vamos atualizando você com a quentíssima disputa da 34ª copa da escuna América que vê a nave neozelandesa a apenas uma vitória do triunfo máximo há dias. E os defensores americanos, por competência e acaso, salvando uma atrás da outra. Tenso!!

Comecemos pela quinta-feira de primeira na baía do santo Francisco de las califórnicas madres, pelo visto, o padroeiro das inovações hi-tech que fazem os já voadores catamarãs aeroespaciais da contenda voarem ainda mais e melhor.

Eu explico. É que o OracleUSA conseguiu o que parecia impossível até na teoria, voar sobre os fólios no contravento! Isso mesmo, os caras agora fazem as quase 6 toneladas do seu AC72 só tocarem as águas em poucos centímetros de bolina e leme velejando contra o vento a mais de 30 nós em ventos reais de 20 nós(!?). Help me Mr. Einstein, pleaseee!

Com isso, a velocidade deles chegou a ser quase 8 nós superior à dos neozelandeses na única perna de barlavento do percurso deste ano e, juntando-se a isso, com o domínio na pré-largada, o resultado final foi um delta até modesto de 31 segundos na linha final.

Ainda na quinta-feira, o vento passou dos famigerados 22,6 nós e a Comissão de Regatas cancelou a segunda do dia para alívio dos kiwis que não acreditaram no que viram, assim como boa parte da audiência global deste que é o 5º maior evento televisivo (Copa, Olimpíadas, F1, UEFA e regata) do planeta mundo.

Já na sexta-feira do verão franciscano, sob um frio de rachar (sempre) e com neblina espessa, a coisa foi totalmente diferente. Pela primeira vez o vento estava merrecado por lá e também por la prima volta neste 2013 tanto Team New Zealand quanto Oracle iriam usar as imensas velas de proa que atendem pelo singelo nome de código zero (Code 0). Ansiedade e expectativa no que reservaria a regata! Dentes rangendo, corações tremendo!

Bem, o que rolou foi um show de tática e manobras do TNZ e uma diferença de quase 1km sobre os americanos que pareciam apontar o caminho certo da nona e necessária vitória para pegar o trem de volta pra casa com a canequinha prateada nos braços e o sorrisão aberto na cara. Só que… Deu ruim!

Com o merrecol imperando na baía e a corrente quase parando os barcos em certos momentos, a velocidade média foi lá no chão e, quando os kiwis se aproximavam da última boia do percurso, o tempo-limite de 40 minutos máximos para cada prova foi atingido. Caraca! Que decepção! Volta tudo…

E voltou. A CR armou novamente a raia, o vento deu uma refrescadinha para 10 nós e soou o gongo de um novo assalto nesta briga de pesos pesados que navegam leves feito plumas. E quem venceu foi… Foi??… O OracleUSA! Deuses maoris de todos os kiwis polinésios de Aotearoa, que fizestes vós pelos seus filhos alados dos oceanos? Provação atrás de provação!

E foi com requintes de crueldade já que o TNZ venceu a pré-largada, saiu na frente e acabou tomando uma penalidade mais tarde. Ainda rolou uma confusãozinha em uma montagem de boia para atrapalhar mais ainda os planos neozelandeses. Dean Barker e companhia, viram os adversários marcarem 8 a 3 no placar (na real, 8 a 5 no total, porque os ianques pagaram 2 pontos pela desonestidade prévia) e tiveram que (não) dormir mais esta noite para tentar conseguir hoje a tão suada última vitória neste desafio. Quem viver verá!!

Tem mais, meu povo! Às 17:15 na ESPN+ ou no YouTube. Vai ferver!!

Fui!! Com o coração na mão…

Murillo Novaes

 

 

 

Resumito da copa: New Zealand abre 7 a 1, mas Oracle vence duas no finde.

O AC72 "Aotearoa" quase viu tudo ao contrário no sábado. No fim, dos males o menor, apenas perdeu a regata.

O AC72 “Aotearoa” quase viu tudo ao contrário no sábado. No fim, dos males o menor, apenas perdeu a regata.

Olá querido amigo e mais que querida amiga, depois de um final de semana de sonho no Cabo Frio, com velejadinha no ventão de 20 nós, ontem, vamos atualizando as informações sobre a Copa América porque o finde não foi menos intenso e carregado de emoções na baía do seu Francisco.

E não é que o Oracle venceu duas, uma no sábado e outra no domingo e já conta até com um pontinho na tabela que mostra agora 7 a 1 para os neozelandeses (na real, 7 a 3). Lembrando que os americanos tinham que pagar a penitência de duas vitórias (2 pts) porque foram maus meninos e roubaram dos coleguinhas ainda na ACWS, a pré-temporada desta grande ópera éolica.

Vamos de trás para diante. Ontem, no domingão de sol norte-californiano rolaram duas regatinhas. Na primeira, o Oracle, agora manobrando bem melhor e com Ben Ainslie de tático mais inspirado que John Kostecki, venceu de ponta a ponta. O skipper Jimmy Spithill fez uma pré-largada perfeita e montou a primeira boia 4 segundos à frente. Depois fugiu do adversário, ganhando tempo em cada perna do percurso com ânimo renovado depois da vitória na única regata do dia anterior (sábado) quando o TNZ quase capotou e ele ultrapassou.

No entanto, o show viria na segunda prova do domingo, no que pode se classificar como uma das regatas mais interessantes de toda a Copa. Aquilo que se prometera sobre esta 34ª disputa foi entregue em boa parte ontem na 10ª regata. O roteiro foi de primeira: a liderança mudou de mãos quatro vezes na prova de 10 milhas náuticas, com deltas, nas montagens de boia de: 3 segundos, 11 segundos, 1 segundo e 11 segundos, respectivamente. Apenas no único contravento do percurso deste 2013 de nosso senhor a liderança mudou de mãos três vezes, em três milhas náuticas. Uhuu!

“Se você não gostou da regata de hoje, você provavelmente deve ver outro esporte”, disse Dean Barker, comandante do TNZ que está competindo em sua quarta Copa América. A vitória trouxe alívio máximo para Barker & Cia., uma vez que o Oracle vinha de duas vitórias consecutivas.

No sábado, depois da incrível quase capotada do TNZ e da vitória ianque, até deram largada para mais uma regata e o TNZ vinha na frente, mas como o vento ultrapassou 22,6 nós, o limite máximo pelas regras deste ano (o porquê destes 0,6 não me perguntem…), a prova foi cancelada. Sorte dos funcionários de Mr. Ellison.

Nesta terça rolam mais duas regatinhas e se o New Zealand vencê-las fará os nove pontos necessários para levar a taça. Para os americanos faltam só oito vitórias. Mas, mesmo assim, o povo do Oracle está animado. “Eu posso dizer honestamente que esta foi a velejada mais divertida e emocionante que eu participei”, disse o tático dos caras, Ben Ainslie, quatro vezes medalhista de ouro olímpico. Seguidas… E se ele diz isso, quem sou eu para dizer algo em contrário?

Foi bunituuu!!

Dados da 9ª Regata
Percurso: 5 pernas/10.02 milhas náuticas
Tempo decorrido: OTUSA – 21:53 , ETNZ – 22:40
Delta: OTUSA +: 47
Distância total navegada: OTUSA – 11,3 NM , ETNZ – 11,5 NM
Velocidade média: OTUSA – 31,63 nós , ETNZ – 31,32 nós
Veloc. máxima: OTUSA – 42,52 nós , ETNZ – 42,54 nós
Vento: média – 17,6 nós, pico – 20,8 nós
Número de cambadas / jaibes: OTUSA – 8/6 , ETNZ – 8/8

Dados da 10ª Regata
Percurso: 5 pernas/10.02 milhas náuticas
Tempo decorrido: ETNZ – 22:00 , OTUSA – 22:16
Delta: ETNZ +: 16
Distância total navegada: ETNZ – 11,8 NM, OTUSA – 11,7 NM
Velocidade média: ETNZ – 32,25 nós, OTUSA – 31,76 nós
Veloc. máxima: ETNZ – 43,01 nós, OTUSA – 44,98 nós
Vento: média – 18,3 nós, pico – 22,3 nós
Número de cambadas / jaibes: ETNZ – 7/7 , OTUSA – 7/7

Fui!!

Murillo Novaes

New Zealand faz 6 a 0 na Copa América e a entrega da Auld Mug na Oceania parece questão de tempo

Tá fácil pros kiwis

Tá fácil pros kiwis acenarem para a galera em São Francisco.

Bom dia querido amigo e muito mais que querida amiga, nesta hibernal sexta-feira de sol no Rio de eterno janeiro, vamos direto para o verão São Franciscano porque ontem, no calorzinho de 16 graus na baía homônima a cidade, os kiwis deram mais um sacode no time local. Freguesia máxima nas águas da Califórnia.

As manchetes da manhã de quinta-feira na copa da escuna América foram quase todas unânimes quando as listas de tripulantes do dia foram liberadas. O defensor, OracleUSA, havia mudado de tático, inserindo o britânico quatro vezes medalhista de ouro olímpico Ben Ainslie no lugar do antigo campeão desta mesma copa John Kostecki. E com a lenda Ainslie a bordo o que se viu de diferente foi… O nome na camisa do tático!

No final do dia mais uma vez, era o desafiante Emirates Team New Zealand que roubava a cena vencendo as regatas 6 e 7 para pavimentar dois terços do caminho para ganhar novamente o troféu mais antigo do esporte internacional. O TNZ lidera a série por 6 a 0 depois de vencer a 6ª regata por 47 segundos e a 7ª por 01:06. Sem perdão!

O vencedor da Copa América de número 34 será o primeiro time a ganhar 9 pontos. Para os Kiwis isto significa três vitórias adicionais e para o oráculo ianque significa ter que vencer ‘apenas’ dez vezes, já que devido a uma penalidade imposta pelo júri internacional por conta da falta de honestidade deles ainda nos tempos do AC45, os caras entraram na competição com menos dois pontos. E, como sabemos, já venceram uma regata para manter o zero no placar e ainda continuar devendo uma na série. Bem feito pra quem acredita em mão peluda!

“Estamos muito satisfeitos com o dia, é bom ter mais dois pontos, mas ainda há um longo caminho a percorrer “, disse o skipper dos neozelandeses, Dean Barker. “É apenas dois terços do caminho para realmente ganhar a Copa. Você tem que fazer 9 pontos. Mais três regatas é um monte de trabalho duro e nós sabemos que está longe de terminar. Um dia ruim lá fora e as coisas podem ser bem diferentes. Estamos sem nenhuma ilusão, ainda há um caminho muito difícil pela frente”, despistou o cara.

A estrada do TNZ é certamente menos esburacada por conta de seu singelo veleirinho AC72, Aotearoa. O catamarã de 72 pés de comprimento e 48 pés de largura mostrou mais uma vez que é sólido e rápido em uma ampla gama de condições de vento e mar. Ontem Éolo soprou de 10 a 18 nós e foi um mamão kiwi para os caras.

Na regata 6 Barker disse que “estava dormindo” durante toda a pré-largada. Mas, mesmo assim, em um cenário semelhante ao 5º match, a equipe chegou atrás na perna de contravento e passou passando para vencer de forma contundente no final. Na humilde opinião deste navegador, fora a questão das manobras e da suposta diminuição de arrasto causada pelos fólios mesmo no contravento, acho que a informação sobre as complicadas correntes da baía de SF estão sendo melhor processadas nas cabecinhas neozelandesas, do que nas dos, ditos, locais. E, por sorte deles, no novo formato que inventaram só rola um contravento por regata. Se não já viu…

A vitória do TNZ na Regata 7 foi um desempenho ainda mais acachapante. Os kiwis ganharam o barlavento do Oracle logo na pré-largada, aceleraram antes e cruzaram a linha em seus hidrofólios a cerca de 38 nós e já em posição de controle sobre o adversário. Montaram a primeira marca na liderança e nunca foram ameaçados no resto da prova. Simples assim!

Ontem o TNZ foi irreprochável nas pernas de contravento. Na 6ª regata os caras ganharam 55 segundo na perna de apenas 3 milhas náuticas e 50 segundo na 7ª prova. Nada mau. “A coisa boa para nós é que estamos muito felizes com o barco, muito confiantes no caminho que tudo está indo e quanto mais regatas fazemos, mais aprendemos em relação aos outros caras”, disse Barker.

Já o skipper dos americanos, Jimmy Spithill, falou: “não sabíamos sobre os projetos antes do jogo começar. As equipes gastaram muito tempo e energia focadas em si mesmas e onde cada um estaria. Eu acho chocante eles terem tanta vantagem contra o vento embora, potencialmente, tenhamos a vantagem a favor do vento”, ponderou.

Essa desvantagem de velocidade (e manobras…) no contravento fez os americanos pirarem o cabeção e mudarem o seu tomador de decisões táticas, que aliás, no barco das estrelas e listras é um grinder também (fica girando manivela, lá sem parar). E como bem disse nosso amigo Pará Ferrari na boa transmissão da ESPN+ ontem, “ou o cara olha para a raia ou para dentro do barco. Os dois é complicado”.

Kostecki , que ajudou Spithill na vitória na 33ª Copa, em 2010 , abriu da parte detrás do barco, depois de cinco matchs. “Claro que fizemos uma mudança no afterguard. John e Ben são velejadores fantásticos, dois dos melhores do mundo. Estamos felizes de poder fazer um rodízio como esse. Mas vamos ter que estudar os dados, de qualquer forma, e ver o que podemos fazer para mudar o barco para sábado”.

“Nós ainda não vimos algumas condições de vento. Os caras têm uma vantagem, mas nós ainda não tivemos ventos fracos e ainda não vimos os os Code Zero funcionando”, disse Spithill. Como diz o povo, a esperança é a última que morre. Por isso não convém ter sogra chamada Esperança…

No sábado, rolam mais duas a partir das 17:15 hora de Brasília. Quem viver, verá!!

Dados da 6ª Regata (de um total de 17 possíveis)

Percurso : 5 pernas/10,14 milhas náuticas
Tempo decorrido: ETNZ – 31:39 , OTUSA – 32:26
Delta : ETNZ +: 47
Distância total navegada : ETNZ – 12,3mn , OTUSA – 12,3mn
Velocidade Média : ETNZ – 23,43 nós , OTUSA – 22,91 nós
Veloc. Máxima: ETNZ – 38,55 nós , OTUSA – 40,21 nós
Vento : Média – 11,6 nós, pico – 13,4 nós
Número de cambadas / jaibes : ETNZ – 14/8 , OTUSA – 15/7

Dados da 7ª Regata

Percurso: 5 pernas/10,14 milhas náuticas
Tempo decorrido: ETNZ – 24:48 , OTUSA – 25:54
Delta : ETNZ +1:06
Distância total navegada: ETNZ – 11,6mn , OTUSA – 12,0mn
Velocidade Média: ETNZ – 28,32 nós , OTUSA – 27,86 nós
Veloc. Máxima: ETNZ – 44,73 nós , OTUSA – 41,00 nós
Vento : média – 16,3 nós, pico – 17,8 nós
Número de cambadas / jaibes: ETNZ – 7/7 , OTUSA – 10/8

Fui!!

Murillo Novaes

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